sábado, 31 de outubro de 2009

FIBRIA, uma grande fábrica de celulose ou de papelão?


Há exatamente um mês (28 e 29/09) que os três-lagoenses experimentaram pela primeira vez o desagradável odor emanado da fábrica de celulose da FIBRIA,
Na oportunidade todo mundo se espantou com a nuvem de gás fétida que tomou conta da cidade por dois dias consecutivos no período noturno. Algumas pessoas mais sensíveis chegaram a passar mal, e procuraram atendimento nos posto de saúde.
No dia consecutivo ao “acidente” por volta das 10h30min, a empresa através de sua assessoria de comunicação, fez circular uma nota de esclarecimento, que assumiu a culpa pelo problema, que teria ocorrido na área de evaporação por volta das 19:00 h, e imediatamente foram tomadas as medidas para fazer as correções. Conforme a nota os problemas teriam sido sanado por volta das 19h20min. E que tal desconforto não voltaria a acontecer. Mas para a infelicidade não só da empresa como de toda a população o forte odor voltou a ocorrer menos de 12h da divulgação da nota. E se repetiu por outros dias.
Já no dia 02 de outubro, a Fibria e International Paper, abriram os portões para que toda a imprensa local pudesse conhecer o local. Durante a visita, a Fibria teve como cicerone o engenheiro químico Otoni, que discorreu sobre a empresa, e levou a caravana dos integrantes da imprensa para fazer um tour pelas instalações, mas não sem antes dar as devidas explicações para o incidente ocorrido na semana anterior, e que não foram nada convincentes
Durante o tour, podemos conhecer o local onde em tese teria ocorrido o acidente, nota-se que o local é cercado por uma mureta de no máximo 20 cm de atura e possui, no máximo 50x50 mts de extensão, o que não teria capacidade para armazenar os 3.000 metros cúbicos do produto que teria vazado. Sem contar que o local é de concreto, e tendo o produto acido como um dos componentes, naturalmente deveria manchar o local, fato que não dava para ser constatado, pois aproximei bem do local. As explicações não me convenceram. Inclusive no dia 07 de outubro, 05 dias após a visita da imprensa, um pároco da cidade esteve internado por motivos advindo da inalação do gás fétido emanado da fábrica.
O que espanta também são as imagens que foram veiculadas num site de noticias da cidade, onde aparece o local que a empresa estaria jogando a céu aberto, sem nenhuma proteção ambiental, o lodo biológico produzido pela empresa para a extração da celulose. Esse produto deveria passar por uma estação de tratamento, e nem mesmo poderia ser depositado em lago de decantação. Segundo a matéria, por dia, a empresa vem despejando 46 toneladas desses resíduos altamente tóxicos, e seriam esses dejetos os causadores do odor que vem tomando conta da cidade.
O que resta agora é saber quais as medidas que foram tomadas por parte da empresa, para esclarecer essas denuncias, e se autoridades competentes foram checar se realmente existe esse aterro? Está-se praticando crime ambiental? Qual é a multa aplicada?
Como resposta que se tem é o mais completo silencio por parte da empresa e das autoridades competentes.
Pelo jeito o assunto só voltará à tona, quando a corrente de vento mudar de direção e voltar a soprar sobre a cidade novamente essa nuvem de gases de odor fétido.
E a única certeza que restou do episódio, é que a maior fábrica de celulose do mundo, também não faz por menos, e produz cada papelão, em matéria de consciência ambiental...
Veja foto do local onde a Fibria estaria jogando os detritos "in natura", sem tratamento algum.



Um comentário:

  1. estou totalmente de acordo contigo companheiro Tidico,mas esse é o preço que a população paga pelo progresso,aí os politicos ainda fazem uma lavagem celebral na população menos favorecida,com promessas de melhorias de vida como ,saúde,habitação e educação....mas o povo tem que intender que estamos pagando um preço muito caro por isso!!!!!! e a curto prazo.

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